O FIM DO FIM - João Garcia Miguel e Amândio Anastácio

1ª Residência: 21 de Janeiro a 1 de Fevereiro no espaço da Alma d’Arame.

Co-criação de um espectáculo-performance a partir da obsolescência do objecto, em que a relação homem-objecto tenta ganhar protagonismo entre si. Será que o que as pessoas chamam às coisas influencia o nosso caráter ou a nossa percepção sobre o mundo?

“Será que as coisas têm coração?”, pergunta colocada pelo filosofo Roberto Espósito.

O tema que pretendemos aqui explorar é a ideia de que as coisas têm um corpo que nos é recíproco e que tem também ele uma vida secreta mais ou menos explícita. Este conceito serve para dar contraste ao que nos falta em termos sociais. Nada parece ser feito para carregar uma qualidade de beleza que tem em si um tempo, uma duração, uma longevidade. São as coisas belas e duráveis, como o espírito e o amor, que nos permitem irmos construindo toda uma interioridade.

A relação entre o dentro e o fora é feita do tempo que perdura e que dura. Amor, espírito e beleza são partes de nós em crise, em extinção por se oporem à rapidez. Como equacionar isto? É possível amar rápido? Ligar-se ao espírito num segundo? Construir beleza num átomo de segundo? Talvez seja. Mas é verdade que hoje já não prezamos o sofá em que nos sentamos. Nem a cama onde dormimos. Nem o canivete que nos corta a fruta. Dificilmente apreciamos um quadro original de Courbet ou de Van Gogh. Mais facilmente nos apaixonamos por réplicas.

Estas e outras questões durante a nossa vida ao longo dos tempos entre o corpo-alma-coisa, num tema a explorar ao longo dos quatro anos deste projecto.

O FIM DO FIM

Actividades Principais

Nova parceria entre duas entidades e dois criadores e suas respectivas equipas artísticas, num primeiro momento em forma de residência e num segundo momento e com a estreia prevista em 2019, em Montemor-o-Novo e em Lisboa, respectivamente. Desafio entre duas formas teatrais e olhares diferentes, de olhar os mesmos temas, zonas de desconforto, reconfortantes.