O teatro de marionetas tem origens em tempos imemoriais, tendo provavelmente surgido como resposta à necessidade de o homem primitivo comunicar com os seus deuses na tentativa de entender o mundo exterior expurgando os medos interiores.
A animação de figuras estaria então no território do sagrado e do ritual. Pela Idade Média, a Igreja – que num primeiro tempo se serviu da marioneta para a propaganda da fé (e o termo “marioneta” deriva do uso de figurinhas em representações associadas ao culto mariano) acaba por a proibir nos locais de culto e, com isso, ela ganha os terreiros de espaço de feiras e mercados, entretendo ou ridicularizando poderes abusivos, através do riso.
No Portugal dos Descobrimentos tinha o nome de bonifrate e acompanhou navegantes, comerciantes e colonizadores de novos mundos.
Dois séculos de Inquisição e outras perseguições não impediram que permanecesse no coração do povo e se reinventasse como “bonecos” (marioneta de varão) no interior alentejano, como “robertos” (marioneta de luva) na orla costeira estremenha e estendendo-se com as feiras e romarias ao restante território.
Dos segundos, capitaneados pelo inefável Dom Roberto, existem uns “primos” de além-Atlântico -os Mamulengos- que, tendo uma génese comum remontando à Idade Média, conheceram desenvolvimentos diversos decorrentes do verdadeiro cadinho de culturas que é o imenso Brasil.
Embora o Mamulengo assuma, segundo os locais em que acontece, diferentes nomes tais como “João Redondo”, “Simão”, “Tiridá” e outros, tem sido muitas vezes sinalizado como nascido no interior pernambucano, mas nos tempos mais recentes viajou, disseminou-se e tornou-se popular, não só no Brasil, mas à escala global.
A organização do 1º Encontro Luso-brasileiro de Teatro Dom Roberto e Mamulengo visa criar condições para não só um diálogo frutuoso entre intérpretes de um lado e de outro do Atlântico, mas também para criar uma oportunidade de enriquecimento do espírito crítico do público montemorense decorrente do confronto amigável de duas gramáticas de um género de espetáculo apreciado e participado sem distinções de idades ou classes sociais. Esta será, pois, uma oportunidade para uma abertura de ideias quanto às tradições, no que elas implicam de vivência dos temas actuais das comunidades em que se inserem, em suma, dar corpo à ideia norteadora da Alma d’Arame: tradição é a criação contínua no agora.
Direcção Artística: ILDEBERTO GAMA
Direcção de Produção: MARIA MANUEL PINTO
Produção: AMÂNDIO ANASTÁCIO
Coordenador de captação e edição audiovisual: JOÃO BASTOS
Técnico: JOÃO SOFIO
Captação e edição vídeo: RODOLFO PIMENTA e RUI CACILHAS
Ilustração: JOANA TORGAL e RODOLFO PIMENTA
Design: JOANA TORGAL
Fotografia: TIAGO FRÓIS
Revisão de textos: ADELINA CRISTÓVÃO
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Portugal
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